14 de jul. de 2011

Preparando-se para o ENEM 2011!

PROJETO ENEM TEMPORADA DE FÉRIAS/2011

O texto abaixo servirá de base para responder às questões 01, 02 e 03:
O poema
Mário Quintana
"Uma formiguinha atravessa, em diagonal, a página ainda em branco. Mas ele, aquela noite, não escreveu nada. Para quê? Se por ali já havia passado o frêmito e o mistério da vida..."

QUESTÃO 01 (H 18)
As conjunções são palavras que unem vocábulos ou orações, estabelecendo relações de sentido, que promovem sua progressão temática. Na estruturação do texto acima, o autor utilizou várias conjunções. Entre elas, pode-se destacar a palavra “Se” (l.3) cujo valor semântico apresentado é de:
A) causa
B) condição
C) finalidade
D) explicação
E) consequência

QUESTÃO 02 (H 27)
Segundo a gramática normativa, a palavra “Mas” é uma conjunção coordenativa (l.2) normalmente utilizada para indicar oposição de ideias, quando se quer apresentar um contraste para acentuar o tema proposto. No poema acima, pode-se dizer que o referido vocábulo foi utilizado para:
A) destacar a oposição entre “escreveu” e “página ainda em branco”.
B) contrastar a ação da formiguinha com a ação do poeta.
C) indicar a mudança do assunto iniciado na frase anterior.
D) intensificar a temática do mistério da vida abordada pelo poeta.
E) chamar a atenção do leitor para a atitude do poeta de ficar absorto com o mistério da vida.

QUESTÃO 03 (H 19)
A função da linguagem predominante no poema acima é:
A) metalinguística, por enfatizar o que é um poema em sua essência.
B) emotiva, visto que se centraliza na emoção que o eu lírico transmite.
C) referencial, pois tem como objetivo principal transmitir uma informação para o leitor.
D) poética, visto tratar-se de um poema.
E) apelativa, pois apela para o sentido mais filosófico que o texto apresenta.

Doce vampiro
Rita Lee
Venha me beijar, meu doce vampiro
Oh, oh, na luz do luar
Ah, ah, venha sugar o calor de dentro do meu sangue vermelho
Tão vivo, tão eterno veneno
Que mata a sua sede e me bebe quente como um licor
Brindando a morte e fazendo amor
Meu doce vampiro, oh, oh, na luz do luar
Ah, ah, me acostumei com você sempre reclamando da vida
Me ferindo, me curando a ferida
Mas nada disso importa, vou abrir a porta pra você entrar
Beijar minha boca até me matar
Beijar minha boca até me matar de amor

QUESTÃO 04 (H 17)
No texto acima, música de Rita Lee e Roberto de Carvalho, há presentes temáticas como vampirismo, amor, morte, elementos da literatura gótica. Apesar de moderna, essa canção está associada à(ao):
A) primeira geração romântica, que via o amor como a base de uma sociedade idealizada.
B) segunda geração romântica, que incorporou o mal do século e o Byronismo.
C) terceira geração romântica, que visava ao escapismo.
D) Naturalismo, com seu gosto pelo sensual.
E) Simbolismo, que acrescentava temáticas transcendentais na busca de identidade literária.

O texto abaixo servirá de base para as questões 05 e 06:
PIPOCA MODERNA
Composição: Caetano Veloso / Sebastião Biano
E era nada de nem noite de negro não
E era nê de nunca mais
E era noite de nê nunca de nada mais
E era nem de negro não
Porém parece que há golpes de pê, de pé, de pão
De parecer poder
(E era não de nada nem)
Pipoca ali, aqui, pipoca além
Desanoitece a manhã
Tudo mudou

QUESTÃO 05 (H 17)
O texto acima, composto por Caetano Veloso:
A) representa um momento em que o país vivia sob uma ditadura militar, que perseguia seus opositores e impunha a censura aos meios de comunicação.
B) faz parte do movimento contemporâneo que inovava na produção artística das composições musicais, fazendo críticas ao falso intelectualismo da “Bossa Nova”.
C) se inclui nas produções da música baiana da época do tropicalismo.
D) critica o capitalismo selvagem, que se iniciou a partir da década de 1980 com o apoio do capital americano.
E) representa o negativismo que tomou conta do país no período do governo Collor, quando o povo buscava uma saída para os problemas desencadeados pela inflação.

QUESTÃO 06 (H 15)
Quanto à linguagem utilizada no texto, pode-se afirmar que:
A) a exagerada repetição foi usada para aproximar o texto escrito da linguagem oral.
B) as negações expressam, do começo ao fim, o sentimento pessimista em relação à vida.
C) o processo metonímico foi utilizado para reforçar o sentido crítico expresso pelo autor.
D) em “desanoitece a manhã”, o verso focaliza a temática metapoética que foi construída para centralizar o principal assunto do texto.
E) a palavra “pipoca” foi utilizada com o objetivo de representar o processo de transformação metafórica que sofre o eu lírico.
QUESTÃO 07 (H 22)
Texto I
Bichos. As criaturas que me serviram durante anos eram bichos. Havia bichos domésticos, como o Padilha, bichos do mato, como Casimiro Lopes, e muitos bichos para o serviço do campo, bois mansos. Os currais que se escoram uns aos outros, lá embaixo, tinham lâmpadas elétricas. E os bezerrinhos mais taludos soletravam a cartilha e aprendiam de cor os mandamentos da lei.
(RAMOS, Graciliano. São Bernardo. 62. ed. Rio de Janeiro: Record, 1995. p. 185.)
Texto II
O Bicho
Manuel Bandeira
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Acerca dos textos I e II, considere as assertivas a seguir e assinale o item INCORRETO:
A) Os textos I e II apresentam a mesma denúncia social.
B) No texto I, o narrador, como dono de propriedades, descreve o fato social sem revelar criticidade.
C) Em ambos os textos, o narrador e o eu lírico encaram com naturalidade a aproximação entre o bicho e o homem.
D) No texto II, o eu lírico mostra espanto ao ver a similaridade entre as ações humanas e animais.
E) O processo de reificação é visível nos dois textos, relacionando o homem às características animais.


QUESTÃO 08 (H 21)
A charge faz parte de um sistema de informação e comunicação que tem como principal objetivo ironizar ou criticar elementos ou instituições da sociedade de forma humorística. Na charge acima, a crítica foi feita à escola porque:
A) a professora atribuiu nota “péssimo” ao aluno.
B) era a segunda vez que o aluno recebia a nota “péssimo”.
C) o comum é atribuir notas baixas a alunos que faltam muito às aulas.
D) até mesmo o aluno assíduo não está tendo aprendizado satisfatório.
E) a função da escola não é atribuir notas baixas aos alunos, mas educar os alunos.


QUESTÃO 09 (H 24)
Quanto à linguagem usada na charge, pode-se afirmar que:
A) a linguagem verbal poderia ser dispensada sem prejuízo de transmissão da mensagem;
B) a linguagem verbal é mais importante neste tipo de texto que a linguagem não-verbal.
C) a linguagem mista utilizada foi essencial para o humor ser caracterizado na charge.
D) caracterizaria melhor o humor da charge se a linguagem utilizada fosse, em maior parte, a verbal.
E) para esse tipo de comunicação, é apropriado somente o uso do padrão formal da linguagem.

Leia o texto abaixo e responda às questões 10 e 11:
Mui grande é o Vosso amor e o meu delito;
Porém pode ter fim todo o pecar,
E não o Vosso amor, que é infinito.
Essa razão me obriga a confiar
Que, por mais que pequei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar.

QUESTÃO 10 (H 16)
Analisando as palavras e ideias utilizadas nos versos acima, identifica-se o estilo do autor pelo(a):
A) expressão lírica do ilogismo romântico calcado na fé irrestrita.
B) tom conflituoso em que fé e razão se chocam à moda romântica.
C) jogo de palavras de tom satírico típico do estilo barroco, moralizador.
D) poesia sacra romântica em que a confiança no perdão se constrói em antíteses.
E) expressão lírica do arrependimento do poeta pecador num jogo de palavras típico do estilo barroco.

QUESTÃO 11 (H 21)
Na construção de textos literários para a instrução do público leitor é comum a presença de elementos da lógica formal como o silogismo.
SILOGISMO: Dedução formal tal que, postas duas proposições, chamadas premissas, delas se tira uma terceira, nelas logicamente implicada, chamada conclusão. Assim, temos como exemplo: Todo homem é mortal (premissa maior); ora, eu sou homem (premissa menor); logo, eu sou mortal (conclusão).
Nos versos anteriores, pode-se dizer que se encontra um silogismo. Em que alternativa está a premissa maior usada pelo autor?
A) Porém pode ter fim todo o pecar,
B) E não o Vosso amor, que é infinito.
C) Essa razão me obriga a confiar
D) Que, por mais que pequei, neste conflito
E) Espero em vosso amor de me salvar.


QUESTÃO 12 (H 25)
Na conversa do casal da figura acima, foram usadas as expressões “criar caso” e “fazer caso de” numa situação específica de comunicação. Usando a norma padrão, essas expressões significariam, respectivamente:
A) coibir dificuldades / comentar.
B) falar mal de alguém / não merecer.
C) suscitar problemas / levar em conta.
D) imaginar uma história / ter razão de ser.
E) imaginar-se em uma determinada situação / fazer premeditadamente.



QUESTÃO 13 (H 04)
A charge anterior traz uma visão do impacto da tecnologia na vida do homem do final do século XX e início do século XXI a qual se baseia na ideia de:
A) exploração
B) criatividade
C) dependência
D) pragmatismo
E) confiabilidade

(...)
Num salão de Paris
a linda moça de olhar gris,
toma café.
Moça Feliz.
(...)
(Cassiano Ricardo – Martim Cererê)

QUESTÃO 14 (H 23)
Pelos versos acima, pode-se depreender que a temática utilizada foi a:
A) identificação da expansão industrial brasileira do século XX.
B) louvação ao crescimento da economia cafeeira.
C) crítica ao processo industrial brasileiro.
D) apresentação da política “café-com-leite” entre São Paulo e Minas Gerais.
E) evidência do café como símbolo do nacionalismo.

QUESTÃO 15 (H 23)
As “tiras cômicas” (narrativas que mostram personagens fictícias em situações fictícias, num texto curto, em forma retangular) apresentam informações ou pontos de vista em suas manifestações específicas para resolver problemas sociais. No caso a seguir, a informação repassada para o leitor é:


A) Há várias formas de dissipar o calor proveniente de altas temperaturas no ocidente.
B) O meio mais econômico para se livrar do calor é utilizando o ventilador, como mostra o quarto quadrinho.
C) É importante evitar o desperdício de água, representado pelo segundo quadrinho.
D) Deve-se ter cuidado com a higiene pessoal.
E) Deve-se respeitar a individualidade de cada criança no seu próprio jeito de se divertir.

QUESTÃO 16 (H 24)
Uma agência de publicidade e propaganda ganhou uma concorrência pública para a criação de uma campanha visando combater o uso de bebida alcoólica por condutores de veículos. Tendo estes como público-alvo, a agência, no outdoor a seguir, utilizou-se da seguinte estratégia argumentativa:
A) Comoção
B) Chantagem
C) Intimidação
D) Esclarecimento
E) Sedução


QUESTÃO 17 (H 21)
Se a narração é o gênero de redação em que uma história é contada (seja uma fábula ou uma crônica), com o uso de recursos como flashbacks, suspense, narrador em primeira ou terceira pessoa etc., a notícia é o relato do fato, com texto, geralmente, mais simples, seco.
(Nery, Alfredina, A estrutura do texto jornalístico, UOL Educação)
Com base na definição acima do gênero notícia, pode-se afirmar que nele:
A) A informação deve ser gradual, de modo a envolver o leitor.
B) O produtor não deve prescindir do uso de figuras, como a metáfora.
C) O fato pode ser manipulado para envolver efetivamente o leitor.
D) A informação deve ser fornecida de modo integral e ordenado.
E) A linguagem pode ser mista, com o emprego de variantes regionais e sociais.

O texto a seguir serve de base às questões 18 e 19.
Defenestração
Defenestrada. Mesmo errada, era a palavra exata.
Um dia, finalmente, procurei no dicionário. E aí está o Aurelião que não me deixa mentir. "Defenestraçao" vem do francês "defenestration". Substantivo feminino.
Ato de atirar alguém ou algo pela janela.
Ato de atirar alguém ou algo pela janela!
Acabou a minha ignorância mas não a minha fascinação. Um ato como este só tem nome próprio e lugar nos dicionários por alguma razão muito forte. Afinal, não existe, que eu saiba, nenhuma palavra para o ato de atirar alguém ou algo pela porta, ou escada abaixo. Por que, então, defenestração?
Talvez fosse um hábito francês que caiu em desuso. Como o rapé. Um vício como o tabagismo ou as drogas, suprimido a tempo. – Les defenestrations. Devem ser proibidas. (...)
Uma multidão cerca o homem que acaba de cair na calçada. Entre gemidos, ele aponta para cima e balbucia:
– Fui defenestrado...
Alguém comenta:
– Coitado. E depois ainda atiraram ele pela janela!
Agora mesmo me deu uma estranha compulsão de arrancar o papel da máquina, amassá-lo e defenestrar esta crônica. Se ela sair é porque resisti.
Luís Fernando Veríssimo

QUESTÃO 18 (H 27)
O texto alude a um vocábulo considerado erudito, arcaico. O emprego desse tipo de vocábulo na linguagem cotidiana:
A) força o interlocutor a assimilar seu significado, ampliando seu léxico.
B) comprova a necessidade de dominar a norma culta para ser compreendido.
C) é sempre correto, uma vez que a correção reside no grau de especialização vocabular.
D) caracteriza uma apropriação dos falantes de novos significados.
E) pode provocar um ruído na comunicação e prejudicar sua eficácia.

QUESTÃO 19 (H 19)
O autor comenta o próprio texto, fazendo uso da função metalinguística, o que pode ser exemplificado na passagem:
A) Acabou a minha ignorância mas não a minha fascinação.
B) Talvez fosse um hábito francês que caiu em desuso. Como o rapé. Um vício como o tabagismo ou as drogas, suprimido a tempo.
C) Uma multidão cerca o homem que acaba de cair na calçada. Entre gemidos, ele aponta para cima e balbucia (...)
D) Agora mesmo me deu uma estranha compulsão de arrancar o papel da máquina, amassá-lo e defenestrar esta crônica.
E) Alguém comenta:
– Coitado. E depois ainda atiraram ele pela janela!

Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar.
Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és.
Ouça-me bem, amor
Preste atenção que o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó.
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares que estás à beira do abismo
Abismo que cavaste a teus pés.
(O mundo é um moinho - Cartola)

QUESTÃO 20 (H 23)
O texto acima foi escrito por um dos maiores compositores brasileiros. Cartola inspirou-se na sua filha, que havia saído de casa. Lendo atentamente, aponte o trecho que, isoladamente, sugere uma vida de prostituição.
A) “Em pouco tempo não serás mais quem tu és”
B) “Sem saber mesmo o rumo que irás tomar”
C) “Em cada esquina cai um pouco a tua vida”
D) “De cada amor tu herdarás só o cinismo”
E) “Quando notares que estás à beira do abismo”

“Ser estudante exige tomada de decisão.”

Um comentário: