20 de fev. de 2011

Proposta de redação

Negar as próprias aspirações é um desperdício de energia que faz falta para suas realizações.
(Roberto Shinyashiki)
Texto

Violência contra crianças
A humanidade avança a largos passos. Inúmeras conquistas tivemos até este milênio; entretanto avança a largos passos também a secreta e vampiresca violência doméstica contra crianças e adolescentes, haja vista casos como o da pequena Isabella, o da criança de Goiânia e tantos e tantos outros que não são divulgados pela imprensa.
Quando não é fatal, a violência deixa marcas indeléveis nos nossos pequenos e está presente no cotidiano dos profissionais de saúde. Fenômeno preocupante pelo fato de ser uma prática culturalmente legitimada desde passado remoto e por
permear todas as classes sociais, sendo extremamente grave quando, em cada criança violentada, são violados seus direitos fundamentais, bem como negados valores como a liberdade e a vida. É uma prática responsável por altas taxas de mortalidade
e morbidade nesta faixa etária.
Segundo Viviane Guerra, essa violência implica, de um lado, a transgressão do poder dever de proteção do adulto e, de outro, uma “coisificação” da infância, isto é, uma negação do direito que crianças e adolescentes têm de serem tratados
como sujeitos e pessoas em condições peculiares de desenvolvimento.
Este fato constatado requer de nós, profissionais de saúde, não só uma reflexão, mas, também, um gesto concreto, uma prática profissional crítica, competente e responsável no atendimento a crianças e adolescentes vítimas de maus tratos. O diagnóstico multiprofissional, a notificação e o encaminhamento se mostram como formas adequadas de agir diante de casos de violência doméstica que chegam aos serviços de saúde. Os casos não são raros, haja vista os registros da Comissão de
Prevenção aos Maus Tratos do IJF – Instituto Dr. José Frota. A CNBB divulgou que 18 mil crianças são espancadas por ano. São 6,6 milhões de vítimas com menos de14 anos no Brasil, segundo a Sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e Negligência da Infância, e apenas 40% das agressões são denunciadas por dia no Brasil.
Isto só violência física, sem falar em violência psicológica, sexual, negligência e morte. É necessário que se intensifique o compromisso dos profissionais na proteção de crianças e adolescentes que são atendidas nos serviços de saúde.
O Lacri – Laboratório de Estudos da Criança da USP – Universidade de São Paulo – recomenda que profissionais acreditem sempre na criança no primeiro momentoaté que se prove o contrário. Tenham o compromisso fundamental de proteger
a criança e o adolescente vítimas e demais crianças e adolescentes presentes na família. Compreendam que, para interromper o ciclo da violência, deve-se ter como alvo a família.
Não deixar que as próprias cognições e emoções distorçam o processo de atendimento. Saber atuar cooperativamente, evitando cair nas tentações do individualismo e da onipotência.
É um grave problema de saúde pública que tem que ser levado a sério neste país. Garantir direitos de crianças e adolescentes é uma responsabilidade dos cidadãos, um dever do Estado e dos profissionais de saúde.
(Maria de Jesus de Oliveira – Assistente Social. Especialista em Violência Doméstica Contra
Crianças e Adolescentes, jornal O Povo, 19/04/08)


Em um TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO, analise o comportamento da sociedade frente à problemática da violência contra crianças e adolescentes e apresente algumas atitudes que os cidadãos deveriam tomar para evitar que essas crianças fossem vítimas de tantos abusos.


Escrever é trabalhar ideias!

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